A notícia sobre o fim do boleto sem registro pegou muita gente de surpresa.
Para quem ainda não sabe, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) vem trabalhando há algum tempo no Projeto Nova Plataforma de Cobrança, que prevê alterações sensíveis na modalidade.
O essencial que você precisa saber sobre o fim do boleto sem registro:
#01 – Pagar boleto sem registro só no banco emissor
A Febraban informa que “os boletos de cobrança oriundos de cobrança sem registro somente poderão ser recebidos pelo Banco Beneficiário (emissor)”.
Então é assim: a cobrança sem registro não deixará de existir para quem tem o convênio.Mas o boleto só poderá ser pago no banco onde foi emitido. Em outras palavras, se você emitiu pelo Bradesco, seu cliente só poderá pagar o boleto no Bradesco. É… nada prático, né?
#02 – Os bancos não oferecem para mais ninguém
Já que citei no item anterior sobre quem já tem o convênio, é importante dizer que desde junho de 2015 os bancos não oferecem mais a cobrança sem registro para clientes novos.
E que o início da operação da base centralizadora de títulos tem início em janeiro de 2017. Até lá, sua empresa, se ainda usa a carteira sem registro, vai receber alguns e-mails e ligações do seu gerente, tentando te fazer migrar o mais rápido possível.
#03 – Por que o boleto sem registro vai acabar?
O argumento da Febraban é que o projeto Nova Plataforma de Cobrança visa trazer mais transparência e segurança ao mercado de pagamento. Um dos principais objetivos é reduzir as fraudes de boleto, muito comuns ainda.
Este golpe consiste em alterar o código de barras da cobrança, desviando, assim, o pagamento para outra conta bancária. O golpe costuma ser feito através de um vírus instalado na máquina do consumidor final – que altera o código do boleto.
Os bancos alegam também que sofrem com inconsistências advindas desta modalidade sem registro. Isso acontece quando o cliente muda o valor do boleto ou mesmo a data de vencimento.
De acordo com a Febraban, mais de 1 bilhão deste tipo de ocorrência é registrado por ano.
#04 – Vai ficar mais caro?
A resposta é: sim, é muito provável que sim. A carteira com registro sempre foi e deve continuar mais cara que a sem registro.
Se o boleto sem registro era amplamente usado por só ter uma taxa (a de liquidação), na modalidade com registro o banco pode taxar de várias formas: na emissão (geração), na liquidação, por permanência, por baixa manual (cancelamento), alteração de dados e por protesto.
Portanto, negocie muito bem com o seu banco e conheça todas as taxas cobradas!
#05 – Mais burocracia
Além de mais caro, vai ficar também mais burocrático. Isto porque as cobranças precisam ser registradas no banco – na modalidade sem registro isso não é necessário. Então, funciona assim, se você usa um sistema de gestão: é preciso enviar um arquivo ao banco informando e registrando as cobranças (este arquivo é chamado de remessa).
Outro ponto importante: nos boletos registrados, é obrigatório constar CPF ou CNPJ do pagador. Se você ainda não tem esses dados de todos os clientes, é bom já correr atrás, para não ter problemas lá na frente.
Referência: http://saiadolugar.com.br/o-fim-do-boleto-sem-registro/